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Guia completo de derivativos financeiros: conceitos, usos e estratégias

Este guia desmistifica os derivativos financeiros, explicando seus tipos, como contratos futuros, opções e swaps, além de seus usos em gestão de risco e especulação. Aborda também aspectos operacionais, riscos envolvidos e melhores práticas para negociar derivativos com sucesso.

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Ao ingressar no mercado financeiro, seja como investidor ou profissional, um termo que você frequentemente encontrará é “derivativos” ou “derivativos financeiros”.

Apesar de sua reputação intimidante, os derivativos são instrumentos importantes que podem ajudar os investidores a gerenciarem riscos e aumentar lucros. Este guia irá simplificar os derivativos, explorando seus tipos, usos e benefícios.

Ao final, você entenderá como utilizar derivativos de maneira eficaz em sua estratégia de investimento.

O Que São Derivativos?

Derivativos são instrumentos financeiros que valor depende de outro ativo, como ações, títulos, commodities, moedas, taxas de juros ou índices de mercado.

Eles são essencialmente contratos entre duas ou mais partes, e seu preço depende das flutuações do ativo principal.

Tipos de Derivativos

Existem quatro principais tipos de derivativos: contratos futuros, termos, swaps e opções.

  1. Contratos Futuros: Acordos para comprar ou vender um ativo em uma data futura por um preço predeterminado. Futuros são padronizados e negociados em bolsas.
  2. Contratos a Termo: Semelhantes aos futuros, mas não são padronizados nem negociados em bolsas. Eles são acordos personalizados entre duas partes para comprar ou vender um ativo em uma data futura por um preço acordado hoje.
  3. Swaps: Contratos em que duas partes trocam fluxos de caixa ou outros instrumentos financeiros. Os swaps mais comuns são swaps de taxa de juros e swaps de moeda.
  4. Contratos de Opções: Contratos que dão ao titular o direito, mas não a obrigação, de comprar ou vender um ativo a um preço especificado dentro de um período determinado. Opções podem ser classificadas como calls (opções de compra) ou puts (opções de venda).

Por Que Usar Derivativos?

Os investidores utilizam-se nos mais diversos produtos existentes no mercado financeiro, tanto para diversificar seus investimentos quanto para se protegerem da queda do mercado e especular com o sobe e desce.

Os principais usos dos derivativos são proteção (hedge), especulação e arbitragem.

Gestão de Risco (Hedge)

Um dos principais usos dos derivativos é a proteção contra riscos. Por exemplo, um agricultor pode usar contratos futuros para fixar um preço para suas colheitas, protegendo-se contra a queda de preços. Da mesma forma, um importador pode usar derivativos de moeda para garantir uma taxa de câmbio favorável, protegendo-se contra variações cambiais adversas.

Especulação

Traders frequentemente usam derivativos para especular sobre os movimentos futuros dos preços de um ativo. Como os derivativos permitem alta alavancagem, eles podem amplificar os ganhos quanto. No entanto, por conta da alavancagem, os derivativos também podem ampliar as perdas. Especuladores buscam lucrar com as mudanças de preços sem necessariamente possuir o ativo subjacente.

Arbitragem

A arbitragem envolve aproveitar discrepâncias de preços entre diferentes mercados ou instrumentos. Traders usam derivativos para comprar um ativo em um mercado e vendê-lo em outro a um preço mais alto, garantindo um lucro sem risco.

É importante destacar que, por mais que você não use derivativos em seus investimentos, se você pretende ingressar em uma carreira no mercado financeiro, saiba que o tema derivativo aparece nas diversas provas de certificação como, por exemplo:

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Conceitos-Chave na Negociação de Derivativos

Alavancagem

A alavancagem permite que os investidores controlem uma posição grande com uma quantia relativamente pequena de capital. Embora isso possa aumentar os retornos, também aumenta o potencial de perdas significativas. É essencial gerenciar a alavancagem com cuidado e entender os riscos associados.

Por exemplo, um minicontrato de índice vale o valor do contrato em pontos dividido por cinco. Ou seja, se o contrato está valendo 120.000 pontos, então seu valor em reais será R$ 24.000,00.

Entretanto, as corretoras exigem um depósito de apenas R$ 100,00 para quem opera esse tipo de contrato.

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Margem

Para negociar derivativos, os investidores são obrigados a depositar uma margem, que é uma fração do valor total do contrato. Isso atua como uma garantia de que o investidor pode cobrir potenciais perdas. A exigência de margem pode variar dependendo do tipo de derivativo e da volatilidade do ativo subjacente.

Data de Expiração

Todos os contratos de derivativos têm uma data de expiração, após a qual se tornam inválidos. Compreender o horizonte temporal de um derivativo é de grande importância, pois o valor do contrato depende da sua data de expiração.

Exemplos Práticos de Derivativos em Ação

Exemplo 1: Hedge com termos

Imagine um agricultor de trigo que está preocupado com a queda do preço do trigo até a colheita. Para proteger-se contra esse risco, o agricultor pode vender contratos a termo de trigo. Se o preço do trigo cair, os ganhos dos contratos a termo compensarão as perdas de vender o trigo real a um preço mais baixo.

Exemplo 2: Especulação com minicontratos futuros

Considere um investidor que acredita que as ações de uma empresa de tecnologia subirão nos próximos três meses. Em vez de comprar as ações diretamente, o investidor compra contratos futuros. Com isso, ele terá obrigação de comprar as ações no futuro, independente do preço. Se as ações subirem como esperado, o investidor comprará por um preço menor, ganhando a diferença. Entretanto, se o preço cair, o investidor terá prejuízo.

Exemplo 3: Gestão de Risco Cambial com Swaps

Uma empresa dos EUA espera receber um pagamento em euros em seis meses. Para mitigar o risco de depreciação do euro em relação ao dólar, a empresa faz um swap de moeda, trocando fluxos de caixa futuros em euros por dólares a uma taxa fixa. Isso garante que a empresa saiba exatamente quanto receberá em dólares, independentemente das flutuações cambiais.

Aspectos Operacionais da Negociação de Derivativos

Transparência de Mercado

Os derivativos podem ser negociados em bolsas (contratos padronizados) ou no mercado de balcão (OTC) (contratos personalizados). Derivativos negociados em bolsa oferecem maior transparência e liquidez, enquanto derivativos OTC são mais flexíveis, mas apresentam maior risco de contraparte devido à falta de padronização e regulação.

Mecanismos de Preços

A precificação de derivativos depende de vários fatores, incluindo o preço do ativo subjacente, o tempo até a expiração, a volatilidade e as taxas de juros. Modelos matemáticos complexos, como o modelo Black-Scholes, binomial e de Monte-Carlo para opções, são frequentemente usados para determinar o valor justo de um derivativo.

Ambiente Regulatório

A regulamentação dos mercados de derivativos varia conforme o país e o tipo de derivativo. No Brasil, órgãos reguladores, como a CVM, supervisionam a negociação de derivativos para garantir a integridade do mercado e proteger os investidores. É importante que os investidores compreendam o ambiente regulatório em que estão negociando.

Riscos Envolvidos na Negociação de Derivativos

Risco de Mercado

O valor dos derivativos está diretamente ligado aos movimentos de preços do ativo subjacente. Flutuações significativas podem levar a perdas substanciais.

Risco de Contraparte

No mercado OTC, o risco de a outra parte do contrato não cumprir suas obrigações é uma consideração crítica. Derivativos negociados em bolsa mitigam esse risco através da câmara de compensação, que atua como intermediária.

Risco de Liquidez

Alguns derivativos, especialmente os que não são padronizados, podem ser ilíquidos, dificultando a entrada ou saída de posições sem afetar significativamente o preço. Os formadores de mercado (market makers) podem ajudar a fomentar a liquidez em alguns mercados derivativos, como os de opções.

Risco de Alavancagem

Embora a alavancagem possa amplificar os ganhos, ela também pode levar a perdas significativas, potencialmente superando o investimento inicial. Os investidores devem gerenciar a alavancagem com cuidado para evitar perdas catastróficas.

Melhores Práticas para Negociar Derivativos

Eduque-se

Antes de começar a negociar derivativos, é essencial compreender os instrumentos, estratégias e riscos envolvidos.

A MELVER possui a formação mais completa do Brasil quando o assunto é o mercado de opções.

Desenvolva uma Estratégia Sólida

Ter uma estratégia de negociação clara é obrigatório. Defina seus objetivos, tolerância ao risco e planos de saída antes de entrar em qualquer negociação. Siga sua estratégia e evite decisões emocionais.

Use Ferramentas de Gestão de Risco

Implementar ordens de stop-loss, definir limites de margem e revisar regularmente suas posições pode ajudar a gerenciar o risco de forma eficaz. Diversifique seu portfólio para espalhar o risco entre diferentes ativos e mercados.

Mantenha-se Informado

Acompanhe as notícias do mercado, indicadores econômicos e eventos que possam impactar suas negociações. Use análise técnica e fundamental para informar suas decisões de negociação.

Monitore suas Posições

Monitore regularmente suas posições abertas e ajuste sua estratégia conforme necessário. Esteja preparado para reagir rapidamente às mudanças do mercado para proteger seus investimentos.

Conclusão

Os derivativos são instrumentos financeiros poderosos que oferecem uma gama de benefícios, desde a gestão de riscos até oportunidades especulativas. Embora possam ser complexos e apresentem riscos significativos, uma compreensão completa e uma abordagem estratégica podem desbloquear todo o seu potencial. Educando-se, desenvolvendo uma estratégia de negociação robusta e implementando práticas eficazes de gestão de risco, você pode navegar no mercado de derivativos com confiança e melhorar seu portfólio de investimentos.

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